O compasso de espera (que desespera)
No mundo dos humanos continua tudo na mesma (confinados) mas, na natureza, sente-se o aproximar de um novo ciclo porque não há nada que trave a sua força soberana. Os dias já são maiores e a flores despontam aqui e ali.
A minha estação preferida aproxima-se e a vontade de voltar ao trabalho cresce dia após dia. Suspiro por liberdade e sorrisos. Suspiro por voltar a fazer aquilo que me faz tão feliz.
Se fosse um ano normal já estaria com a agenda cheia de batizados, primeiras comunhões e sessões de primavera mas, como não é, continuo a aguardar que o mundo volte a entrar nos eixos. Um compasso de espera que me desespera porque o tempo é um bem precioso. Não estica, não se repete nem volta atrás. O tempo vive-se mas ninguém o consegue viver em pleno quando a vida está em suspenso.
Contas feitas, está a fazer um ano que a pandemia nos congelou a vida.
Acho que está na altura de começarem a apostar seriamente na criogenia humana. Assim, numa próxima pandemia (cruzes, canhoto!), a malta enfiava-se nas cápsulas, congelávamos à séria mas, quando acordássemos, o tempo não teria passado por nós e os níveis de paciência não teriam sofrido tamanho rombo! Sim, porque se a paciência já era uma virtude, agora passou a ser mais procurada que o Santo Graal.
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